A comunicação é um instrumento fundamental das Relações Públicas, pois é através dela que qualquer organização se relaciona com os seus públicos. A comunicação deve estabelecer-se numa perspectiva de troca e de reciprocidade entre a organização e os seus públicos, através do intercâmbio de informações. A comunicação pode ser definida como sendo:
« […]o processo através do qual se conduz o pensamento de outra pessoa, ou de um grupo a outro. Transmissão de qualquer estímulo que venha a alterar ou revigorar qualquer comportamento, através dos veículos de comunicação ou da interacção pessoal. É uma das cinco funções básicas das relações públicas.»
Como já tivemos oportunidade de referir, as Relações Públicas são uma técnica de comunicação que tem por objectivo difundir a boa imagem de uma empresa, ou apenas alguns dos seus aspectos, junto dos seus diversos públicos. De facto, a actividade de Relações Públicas pode-se exercer sobre a imagem global de uma instituição, junto de todos os seus públicos, ou sobre uma imagem sectorial procurando atingir um público restrito.
Claudia Canilli reforça a ideia das Relações Públicas como instrumento de comunicação. Na sua opinião, não basta dizer que as Relações Públicas têm a finalidade de manter relações harmoniosas entre a organização e a direcção, os empregados, os accionistas, os sindicatos, os fornecedores, os clientes e os órgãos do governo. Ela amplia o conceito, adoptando a definição de Paul Winner, segundo o qual as Relações Públicas «[…] são um processo directo de comunicação para fazer as pessoas compreender de forma eficaz e precisa aquilo que nós queremos que compreendam, o que pensamos que elas devem entender para serem capazes de tomar decisões e ter reacções que concorram para o que queremos levar a cabo.»
Para que uma organização conheça o meio em que está inserida, deve ouvir os públicos que o constituem. Isto confirma que comunicar não significa unicamente enviar mensagens, mas também saber ouvir os nosso interlocutores.
Segundo Margarida Kunsch, o objectivo das Relações Públicas não é somente informar os seus públicos, mas estabelecer um relacionamento estrito de ideias e atitudes que só é possível pela comunicação. É neste sentido, como já referimos, que reside o trabalho de comunicação das Relações Públicas, implicando necessariamente uma comunicação bidireccional. Para isso, as Relações Públicas utilizam diversos veículos de comunicação para divulgar as mensagens da organização e concretizar os planos em acções organizadas.
As Relações Públicas não são um fluxo de informação unilateral porque cumprem um papel interactivo. Tony Greener define a comunicação interactiva das Relações Públicas nestes termos:
« Primeiro temos que definir o que queremos dizer e dizê-lo de forma clara e concisa. Logo, devemo-nos assegurar que o que dissemos foi entendido por aqueles a quem comunicámos. Finalmente temos de nos assegurar que a audiência sabe perfeitamente o que pretendemos que seja a consequência da nossa comunicação, o que inclui o direito de resposta. Se não temos todos estes elementos, estamos a perder o tempo.»
Expressar, esclarecer e assegurar a compreensão das mensagens pelos públicos, são três regras básicas fundamentais para as múltiplas actividades de Relações Públicas.
As Relações Públicas, como função de comunicação estabelecem estratégias para afectar tanto o meio como a organização. A função de comunicação é entendida no sentido de afectar o modo como as pessoas do meio sentem e reagem à organização.
Os profissionais de Relações Públicas colaboram na adaptação da organização ao meio porque têm um acesso mais directo à gestão e influenciam na tomada de decisão.
No dizer de Margarida Kunsch, numa visão de comunicação integrada, as Relações Públicas têm uma importância essencial na adequação dos meios de comunicação que uma organização utiliza para atingir os públicos multiplicadores das suas comunicações mercadológicas e institucionais.
Sem comentários:
Enviar um comentário