Agradecimentos

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

MANUTENÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS


MANUTENÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS


Para o homem manter-se na organização e corresponder as expectativas da mesma,  existem factores que concorrem, tais como: - Liderança, avaliação de desempenho, incentivos económicos/recompensas, progressão na carreira, promoções, etc. Nesta unidade abordaremos somente dois factores, sendo liderança e avaliação de desempenho.

Liderança

Avaliação de desempenho
No mundo em que vivemos, estamos permanentemente avaliando o desempenho de coisas e pessoas que nos cercam. As práticas de avaliação de desempenho não são novas. Quando uma pessoa entra na organização, o passo a seguir é avaliar em termos de relação entre o custo e benefício. A preocupação está na eficiência como meio de aumentar a produtividade da organização, está no desempenho no cargo, ou seja, no comportamento de papel do ocupante do cargo. O desempenho é extremamente contigencial, varia de pessoa para pessoa. Depende de inúmeros factores condicionantes que o influencia, destacando se o valor das recompensas e a  percepção de que as recompensas depende do esforço individual que a pessoa está disposta a despender, das suas habilidades e capacidade, entre outros.

A Avaliação do desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa no cargo e o seu potencial de desenvolvimento futuro. Toda a avaliação é um processo para estimular ou julgar o valor, a excelência, as qualidades de algumas pessoas.

A avaliação de desempenho é um processo dinâmico, pois os empregados são sempre avaliados, seja formal ou informalmente, com certa continuidade nas organizações, para além de constituir uma técnica de direcção imprescindível para actividade administrativa. É um meio através do qual se podem localizar problemas de supervisão de pessoal, de integração do empregado à organização ou cargo que ocupa. De acordo com tipo de problemas identificados, a avaliação de desempenho pode colaborar na determinação e no desenvolvimento de uma politica adequada de RH às necessidades da organização.
Entre o desempenho real e o desempenho esperado costuma ocorrer um hiato, que pode ser designado como discrepância de desempenho. Conhecer a extensão desta discrepância em relação a cada um dos empregados, é muito importante para identificar problemas de integração dos empregados, de supervisão, de motivação, de subaproveitamento do potencial, etc. Por isso as organizações estão cada vez mais preocupadas com implantação de sistemas de avaliação de desempenho mais eficientes.

A avaliação de desempenho constitui um meio para desenvolver os recursos humanos da organização. Graças a ela torna-se possível definir o grau de contribuição de cada empregado para a organização; identificar os empregados que possuem qualificação superior à requerida pelo cargo; identificar em que medida os programas de treinamento tem contribuído para a melhoria do desempenho dos empregados; obter subsídios para remuneração e promoção; obter subsídios para elaboração de planos de acção para desempenhos insatisfatórios; outras decisões de pessoal, como transferências, dispensam, etc.

Em resumo, os objectivos fundamentais da Avaliação de Desempenho podem ser apresentados em três facetas:

1. Permitir condições de medição do potencial humano no sentido de determinar sua plena aplicação;
2. Permitir o tratamento dos RHs como importante vantagem competitiva de organização e cuja produtividade pode ser desenvolvida, dependendo da forma de administração e
3. Fornecer oportunidades de crescimento e condições de efectiva participação a todos os membros da organização, tendo em vista os objectivos organizacionais e individuais.

A Responsabilidade pela Avaliação

A definição dos responsáveis pela avaliação de desempenho varia de organização para organização, de acordo com a sua politica de RHs. A situação mais frequente é aquela em que o próprio chefe tem a incumbência de avaliar seus subordinados, pois convive com eles boa parte do dia.
Em algumas organizações a responsabilidade é atribuída ao gerente dos RHs e/ou órgão de gestão de pessoal, a uma comissão de avaliação, ao próprio individuo, a equipe de trabalho. Cada uma dessas alternativas envolve uma filosofia de acção. Para tal são definidos meios, técnicas e métodos, para se atingir os objectivos almejados com a avaliação.

 Na avaliação do desempenho, o mais importante para garantir o sucesso do sistema é a capacitação do avaliador, que deverá ser especialmente treinado para esse fim.


Métodos de Avaliação de Desempenho

O problema de avaliar contingente de pessoas dentro das organizações, conduziu a soluções que se transformaram em métodos de avaliação, que variam de uma organização para outra, pois cada organização tende a construir seu próprio sistema para avaliar o desempenho das pessoas. Em muitas delas é comum encontrar vários sistemas específicos conforme o nível e áreas de alocação do pessoal, como: sistemas de avaliação de gerentes, de mensalistas, de horistas, de vendedores, etc. cada sistema atende a determinados objectivos específicos.

A avaliação de desempenho é um meio, um método, uma ferramenta, e não é um fim em si mesma. É um meio para obter dados e informação que possam ser registados, processados e canalizados para a melhoria do desempenho humano nas organizações. A validade da Avaliação de Desempenho depende muito da metodologia adoptada, os principais métodos tradicionais de avaliação de desempenho são:

1- Método de relatório                                  
2- Método das escalas gráficas
3- Método da escolha forçada    
4- Método da pesquisa do campo
5- Método dos incidentes críticos                   
6- Método da comparação pareada
7- método de autoavaliação.

Responsabilidade do Avaliador/Recomendações

- É importante conhecer bem cada um dos subordinados, suas  aptidões físicas, seu temperamento, suas habilidades, etc;
- É importante reconhecer que as pessoas são diferentes entre si, que na execução de uma tarefa, dois empregados tenderão a apresentar diferentes rendimentos.
- Embora a avaliação ocorra numa época previamente definida, o avaliador deve manter uma atitude constante de observação do desempenho dos subordinados.
- É importante definir com clareza o que deve-se observar, por isso é que o avaliador deve ter bem claro o significado de cada factor de avaliação.
- O supervisor não pode se deixar impressionar pelos acontecimentos recentes. Deve providenciar o registo de todos factos relevantes que ocorreram ao longo do período de avaliação.
- A avaliação de desempenho não pode ser vista como um ajuste de conta com o empregado. O avaliador deve esforçar para ser o mais imparcial possível. O supervisor deve instruir os seus subordinados acerca do processo de avaliação, demonstrando sua utilidade, tanto para a organização quanto para o empregado.
- é preciso estar atento as mudanças do comportamento do empregado, com o decorrer do tempo. Quando isso não acontece corre o risco de avaliar de forma rotineira.

MUDANÇAS NA ORGANIZAÇÃO


MUDANÇAS NA ORGANIZAÇÃO

É frequente que nas organizações, quando se debruça sobre mudanças, várias pessoas se sentem angustiadas, ansiosas, pávidas, etc. este sentimento, muitas vezes, relaciona-se com os efeitos que a mudança traz consigo, porém, esquecemos que qualquer coisa que entra ou penetra nos sistemas organizacionais, afecta o estar ou o ser dos condicionantes da estrutura organizacional o que implica algo que traz consigo mudanças.
Alguns estudiosos(Webber, Drake, Pierre, maximiliano) argumentam que a mudança por realizar precisa de habilidades. Esta, por ser arte, na sua aplicação precisa de se complementar com o conhecimento, técnicas e atitudes. Os órgãos decisórios devem estar dotados de informações claras e objectivas de modo a coordenar todos os recursos para que a mudança não constitua entrave para o alcance dos objectivos almejados.

Alguns críticos(Greiner e Bames)  consideram que mudança é resultado de lacuna existente entre uma intenção no papel e sua transformação em realidade, onde a estrutura da organização é o centro da mudança. As mudanças visam alteração qualitativa e quantitativa na organização em três categorias principais, nomeadamente estrutural-institucionais, sócio-comportamentais e tecnológicas.

1. As mudanças estruturais-institucionais - estão relacionadas com o quadro orgânico(divisões, departamentos) e de pessoal e seus condicionamentos, assim como as componentes  da estrutura organizacional(hierarquias). Estas mudanças também são influenciadas com as evoluções que ocorrem no sistema geo-politico, nos hábitos de consumo, na economia, na sociedade, etc. Por isso, as organizações devem ser activas adaptativas e reactivas.

2. As mudançsa sócio-comportamentais -  incidem na motivação, moral, aspirações, na modificação de atitude individual e colectiva, na satisfação das necessidade e na gestão das próprias mudanças, pois têm a ver com a postura de todo o pessoal dentro da organização, independentemente da posição que ocupa. Quando há mudanças o factor humano é o principal alvo, pois este tem pautado por várias atitudes. Algumas destas atitudes são de aceitação, indiferença e de resistência.

3. As mudanças tecnológicas - têm a vem com a adequação permanente dos meios técnicos aos resultados que a organização pretende atingir, assim como a capacitação do pessoal no sentido de responder os avanços tecnológicos.

Mudança como parte da Organização

A organização não é algo estático, mas sim dinâmica. Ela é motivada por forças internas ou externas. Muitas vezes a necessidade de mudança surge quando a realidade estrutural está desajustada aos objectivos previamente definidos ou vice-versa. O desajustamento dos recursos humanos, financeiros e materiais pode dar origem a mudanças dentro da organização. A fraca eficiência e ausência de resultados originam igualmente mudanças.

A mudança não pode constituir um fenómeno alheio à solidificação organizacional, pois, os órgãos decisórios devem ter habilidades gerenciais na introdução de qualquer mudança. Para tal devem ter respostas às seguintes questões: porque deve se modificar? o que precisa de ser modificado? Como a acção deve ser empreendida?
Pressupõe-se que é preciso compreender a necessidade de mudança no seu todo, devendo fazer uma análise da situação presente e futura da organização, dando ênfase na pessoa para que se sinta parte da mudança.

O sistema de informação gerencial desempenha um papel crucial na introdução de mudanças e na redução de impactos que afectem a organização. O SIG pode ajudar a organização a identificar o melhor método a empregar para que as mudanças surtam o efeito desejado.

Metodologia de Mudança organizacional

Qualquer mudança por se operar deve ser planeada de forma que possa corresponder as expectativas. Assim, a mudança deve obedecer as seguintes etapas: Diagnóstico, planeamento, intervenção e avaliação.
Max Webber afirma que para evitar que as mudanças provoquem desequilíbrios na organização é preciso evitar usar o método unilateral, baseado na autoridade formal, de conhecimentos especializados e de coerção, isto é, toda a mudança é liderado por centro decisório. Pressupõe-se que o chefe é o ponto estratégico onde parte o processo(como chave de solução de mudança) e termina nos subordinados como ponto de recepção e visado pelas mudanças.

O autor recomenda o método ou estratégia participativa, pois é aquela que privilegia uma combinação consensual entre os centros decisórios e os subordinados as bases de mudança e suas tácticas são de consenso organizacional, onde o chefe apresenta aos subordinados, problemas que originam mudanças e suas respectivas directivas. Elaboram-se recomendações e necessidades e serem seguidas durante e no fim das mudanças. Este processo ocorre com o consentimento e comprometimento de todos.
Recomenda igualmente o método ou estratégia delegada, que ocorre quando os centros decisórios pretendem que o interesse pelos resultados e os conhecimentos detalhados da situação partam dos envolvidos no processo de mudanças. As hierarquias criam grupos de decisão e para o aconselhamento pessoal durante a realização de mudanças. Normalmente as hierarquias expõe as causas das mudanças(problema) para os subordinados sugerirem soluções, para que a mudança tenha lugar sem grandes implicações. Este método elimina resistências, gera comprometimento e impõe necessidades dos indivíduos dentro da organização. Contudo, pode suscitar anarquia e danos caso o controle decisório não acompanhe o processo de mudanças.


Impacto das mudanças

Qualquer acção tendente a mudar algo sempre traz consigo algum impacto, seja ele positivo ou negativo. Para fazer uma avaliação do impacto subsequente as mudanças, temos que ter a avaliação qualitativa e quantitativa do factor humano, condicionante essencial da estrutura organizacional. É preciso ter em conta que cada pessoa é oriunda e participante de uma organização, que é constituída também por outras componentes que podem ser de origem afectiva, emocionalmente derivadas, e várias vezes, associadas ao clima social psicológico e comportamental. Assim, na pessoa humana, há componentes observáveis, geralmente relacionais, administrativos e juridicamente orientados para os objectivos claros e pré estabelecidos de acordo com a estruturação e tecnologias da organização. Muitas vezes as organizações olvidam que o homem cria mecanismos próprios no sentido de se defender do impacto das mudanças introduzidas pela organização. O impacto pode se medir no pessoal, através do seu grau de participação, do seu desempenho, da sua satisfação, etc.
Para minimizar o impacto negativo, as mudanças devem ser impostas tendo em conta os valores individuais, estimular o pessoal de forma que ele utilize o seu conhecimento e conscientemente aplique a sua inteligência durante o processo de mudanças, o próprio pessoal procure minimizar a fadiga e o desperdício e maximizar os possíveis ganhos provenientes da mudança.


Avaliação

É a última fase de mudança que condiciona o início de novo ciclo organizacional. É nesta fase onde são traçados métodos para a consistência organizacional, para que não haja alteração constante das metas que influenciam bastante no alcance dos objectivos. Nesta, avalia-se os condicionantes e componentes da estrutura organizacional para se adequar a realidade pretendida pela mudança.
Nesta fase, é crucial a comparação da situação anterior e da presente, após a ocorrência da mudança para moderar-se certos aspectos referentes a consistência organizacional, rumo ao alcance dos objectivos.

BANCO DE DADOS E SISTEMA DE INFORMAÇÃO


BANCO DE DADOS E SISTEMA DE INFORMAÇÃO

O Sistema de Informação Gerencial (SIG) é um sistema planejado de colher, processar, armazenar e disseminar informação, de modo a permitir a tomada de decisões eficazes pelos gerentes envolvidos. As necessidades de informação gerencial em uma organização são amplas e variadas e exigem a actuação de contadores, auditores, pesquisadores de mercado, analistas, e um enorme número de especialistas de staff. O SIG ocupa um papel importante no desempenho dos gerentes, principalmente nas tarefas de planejamento e de controlo. Sob o aspecto específico de controlo, o SIG deve proporcionar informação oportuna e relevante para que os gerentes possam fazer o uso do controle antecipado em relação à acção, permitindo a organização uma vantagem competitiva quanto a seus concorrentes.
O SIG está relacionado com a tecnologia da informação. Ele envolve a presença do computador ou rede de microcomputadores, além de programas específicos para processar dados e informações.

Conceito de Dados e de Informação
Do ponto de vista da teoria das decisões, a organização pode ser visualizada como uma série estruturada de redes de informação que ligam as necessidades de informação de cada processo decisório às fontes de dados. Embora separadas, essas redes de informação sobrepõem-se e interpenetram-se de maneira complexa. Para entendermos como elas funcionam, precisamos de rever o que seja dado, informação e comunicação.

Dados podem ser também considerados como sendo elementos que servem de base para a formação de juízos ou para a resolução de problemas. Um dado é apenas um índice, um registro, uma manifestação objectiva, passível de análise subjectiva, isto é, exige interpretação da pessoa para sua manipulação. Em si, os dados permitem a obtenção de informação. Assim, os dados isolados não são significativos e não constituem informação. Os dados exigem processamento (armazenamento, classificação e relacionamento), para que possam ganhar significado e consequentemente informar. A informação apresenta significado e intencionalidade, aspectos que a diferenciam do conceito de dado. Dá-se o nome de banco de dados aos meios através dos quais se armazenam os dados para uso posterior. O INE, por exemplo, é uma Instituição onde funciona o maior banco de dados e informações económico-financeiras e cadastrais do país. Caracteriza-se por censos, recenseamentos e diversos estudos estatísticos que oferecem dados e informações oficiais a respeito de nosso país, sua população e sua economia. O trabalho fundamental dessa instituição é baseado em um complexo banco de dados que é actualizado a todo o momento.

Banco de Dados em Recursos Humanos

O Banco de Dados é um sistema de armazenamento e acumulação de dados devidamente codificados e disponíveis para o processamento e obtenção de informações. Na realidade, banco de dados é um conjunto de arquivos relacionados logicamente, organizados de forma a facilitar o acesso aos dados e eliminar a redundância. A eficiência da informação é maior com o auxílio de bancos de dados e permite redução da “memória” para arquivos, porque os dados logicamente interligados permitem actualização e processamento integrados e simultâneos. Isto reduz inconsistências e erros ocorridos em razão de arquivos duplicados. É comum existir vários bancos de dados relacionados logicamente entre si por meio de um software (programa) que executa as funções de criar e actualizar arquivos, recuperar dados e gerar relatórios.
Na área de RH, os vários bancos de dados interligados permitem obter e armazenar dados a respeito de diferentes estratos ou níveis de complexidade, a saber:
1.     Dados pessoais sobre cada funcionário/empregado, formando um cadastro de pessoal.
2.     Dados sobre os ocupantes de cada cargo, formando um cadastro de cargos.
3.     Dados sobre os funcionários/empregados de cada sector, departamento ou direcção, formando um cadastro de sectores.
4.     Dados sobre os salários e incentivos salariais, formando um cadastro de remuneração.
5.     Dados sobre os benefícios e serviços sociais, formando um cadastro de benefícios.
6.     Dados sobre candidatos (cadastro de candidatos), sobre cursos e actividades de formação (cadastro de formação), etc.

 Muitas organizações fazem, periodicamente, cadastramentos profissionais para actualização dos dados pessoais de seus funcionários/empregado, em relação a cursos externos, eventos sociais, etc.

Processamento de dados

O termo processamento de dados designa a variedade de actividades que ocorrem nas organizações, nos grupos sociais, como entre pessoas: existe um certo volume de dados ou informações iniciais (nos arquivos, nas expectativas ou na memória) aos quais são continuamente adicionados outros dados ou informações posteriores (maior volume de dados, alterações, modificações), provocando maior volume de dados ou informações). O processamento de dados é a actividade que consiste em acumular, agrupar e cruzar dados para transformá-los em informações, para obter outras informações, ou as mesmas informações de outra forma, para alguma finalidade ou objectivo.




Sistema de Informação Gerencial ( SIG)
O sistema de processamento de dados tem objectivos específicos que variam de uma organização para outra.
As informações podem provir do ambiente externo (de fora da organização, como o mercado de trabalho, concorrentes, fornecedores, agências reguladoras, outras organizações, etc.) ou do ambiente interno (de dentro da organização, como o organograma de cargos e respectivos salários na organização, pessoas que nela trabalham, homens/ horas trabalhadas, volume de produção e de vendas, produtividade alcançada, etc.). As informações que servem a toda a organização constituem o sistema de informações globais (envolvendo os níveis institucional, intermediário e operacional da organização), enquanto as informações que suportam as decisões dos gerentes constituem o sistema de informações gerênciais (envolvendo os níveis institucional e o intermediário).
A montagem do sistema de informações precisa levar em conta o conceito de ciclo operacional utilizado tradicionalmente em contabilidade. Esse conceito localiza cadeias de eventos que se iniciam fora da organização, englobam uma cadeia principal de eventos dentro da organização e terminam em um ponto externo à organização. O conceito de ciclo operacional permite identificar um ponto inicial e um ponto final (ambos externos à organização), que são ligados entre si por cadeias de eventos. Uma vez especificados os pontos inicial e final, evita-se o risco de projectar um sistema de informação apenas para uma parte dos fluxos de informações, uma vez que a dimensão do processo decisório está definida.
Os antigos sistemas tradicionais de informação constituíam verdadeiros sistemas fechados, que abrangiam apenas os fluxos mais importantes da informação formal. A abordagem de sistemas abertos estabelece um conjunto programado de regras de decisão para serem aplicadas a um grande volume de tipos repetitivos de transacções entre os participantes. Depois de especificadas, essas regras podem ser administradas em face das actividades diárias e quotidianas por qualquer pessoa, deixando a administração liberada para dedicar seus esforços ao tratamento do conjunto incomum ou não programado de transacções. Isso significa a aplicação do princípio da excepção. Toda administração por sistemas apoia-se no planeamento e implementação de um sistema integrado de informação.

Sistemas de Informação de Recursos Humanos

Sistema de informação é um conjunto de elementos interdependentes (subsistemas), logicamente associados, para que de sua interacção sejam geradas informações necessárias à tomada de decisões. Como a GRHs é uma responsabilidade de linha, e uma função de staff, o órgão de GRH deve municiar e abastecer os órgãos decisórios, das informações relevantes sobre o pessoal existentes em cada um dos sectores para que os respectivos chefes possam administrar os seus subordinados.
O ponto de partida para um sistema de informações de RH é o banco de dados. O objectivo final de um sistema de informações é abastecer as lideranças de informações sobre o seu pessoal. Um sistema de informações é, por definição, um sistema por meio do qual os dados são obtidos, processados e transformados em informações, de forma esquematizada e ordenada, para servirem de subsídios ao processo de tomada de decisões. O sistema de informações recebe entradas (inputs) que são processadas e transformadas em saídas (output) sob forma de relatórios, documentos, índices, listagens, medidas estatísticas de posição ou de tendência, etc. Enquanto os dados, envolvem detalhes e não permitem significado mais amplo, a informação obtida pelo tratamento, processamento e combinação de dados comporta significação mais ampla e definida. A informação reduz as condições de incerteza. Um sistema de informações requer alguma forma de processamento de dados com meio de suprimento e abastecimento.

A montagem do sistema de informação de recursos humanos requer análise e avaliação da organização ou de seus subsistemas e das suas respectivas necessidades de informação. Um sistema de informação deve identificar e envolver toda a rede de fluxos de informação para ser projectado para cada grupo de decisões. A ênfase deve ser colocada na necessidade de informações e não no uso da informação, como convencionalmente se faz. No fundo, o sistema de informação é a base do processo decisório da organização.

Sistema de informação vertical – as informações verticais podem trafegar em dois sentidos: no sentido descendente e no sentido ascendente. As informações descendentes conduzem ordens, comandos, decisões, esclarecimentos e orientações para os subordinados. Por outro lado, as informações ascendentes conduzem informações sobre eventos, resultados, esclarecimentos e retroacção, para que os canais superiores se assegurem do que foi feito. As informações descendentes servem para controlar o desempenho dos subordinados, enquanto as informações ascendentes fornecem retroacção para os níveis mais elevados. Na realidade, em ambos os sentidos, os sistemas de informações verticais constituem meios de controle, embora esta não seja a sua finalidade principal.

Planeamento de um sistema de informações de RHs

Um sistema de RHs utiliza como fontes de dados os elementos fornecidos por:
- Banco de Dados de RHs
- Recrutamento e selecção de pessoal
- Treinamento e desenvolvimento de pessoal
- Avaliação do desempenho
- Administração de salários/vencimentos
- Registo de faltas, atrasos e processos disciplinares
- Estatísticas do pessoal. 

Algumas aplicações do sistema informações em rhs

Entre as múltiplas aplicações tradicionais do sistema de informações de RHs, estão a Jornada de trabalho e a Disciplina.

1. Jornada de trabalho - é o montante de horas diárias, semanais ou mensais que cada funcionário/trabalhador deve cumprir para atender o seu contrato de trabalho e satisfazer à convenção colectiva de trabalho. A jornada prevê determinada hora de entrada e de saída nos dias úteis, com certa tolerância de atrasos ou de antecipações. Prevê intervalos para refeições e descanso. As pessoas precisam de adaptar-se à rigidez da jornada de trabalho. Quando não o conseguem, as pessoas se atrasam ou faltam, sofrem descontos ou punições pelo não cumprimento. As organizações se esforçam em evitar ou reduzir o absentismo no trabalho.

2. Disciplina – o termo disciplina refere-se à condição pela qual as pessoas se conduzem de acordo as regras e procedimentos de um comportamento aceitável pela organização. É o que se denomina por autodisciplina ou auto-controle. Portanto, as pessoas ajustam seus comportamentos às regras organizacionais, enquanto a organização monitora as metas e o alcance de objectivos. As organizações negociam com os seus membros os parâmetros de comportamentos que estes deverão seguir. Todavia, nem todas as pessoas aceitam a responsabilidade pela autodisciplina, nem aceitam as normas de comportamento responsável. São estas pessoas que requerem algum grau de acção disciplinar, frequentemente denominada por punição. Trata-se de estabelecer claramente os limites do comportamento aceitável pela organização.

SISTEMA DE INFORMAÇÃO COMO INDUTOR DE MUDANÇAS


SISTEMA DE INFORMAÇÃO COMO INDUTOR DE MUDANÇAS                         

Comunicação

As pessoas não vivem isoladas nem são auto-suficientes. Elas se relacionam continuamente com outras pessoas ou com seus ambientes por meio da comunicação.

Comunicação:
- é a transferência de informação e significado de uma pessoa para outra pessoa.
- É o processo de passar informação e compreensão de uma pessoa para outra.
- É a maneira de se relacionar com outras pessoas através de ideias, fatos, pensamentos e valores.

A comunicação é o ponto que liga as pessoas para que compartilhem sentimentos e conhecimentos. A comunicação envolve transações entre as pessoas. Toda a comunicação envolve pelo menos duas pessoas: a que envia uma mensagem e a que recebe. Uma pessoa sozinha não pode comunicar-se, pois somente com outra pessoa receptora é que pode completar o acto da comunicação. Entretanto, as organizações não podem existir nem operar sem comunicação; esta é a rede que integra e coordena todas as suas partes.

Dado: é um registo a respeito de determinado evento, acto ou ocorrência.
Um banco de dados, por exemplo, é um meio de acumular e armazenar conjunto de dados para serem posteriormente combinados e processados. Quando um conjunto de dados possui um significado (um conjunto de números ao formar uma data ou um conjunto de letras ao formar uma frase), temos uma informação.

Informação: é um conjunto de dados com determinado significado, ou seja, que reduz a incerteza a respeito de algo ou que permite o conhecimento a respeito de algo. O conceito de informação, tanto do ponto de vista popular, como do ponto de vista científico, envolve um processo de redução de incerteza.

Comunicação: é quando uma informação é transmitida a alguém, sendo então compartilhada também por esse alguém. Para que haja comunicação, é necessário que o destinatário da informação a receba e a compreenda. A informação simplesmente transmitida, mas não recebida, não foi comunicada. Comunicar significa tornar comum a uma ou a mais pessoas determinada informação. Significa partilha de conhecimento a respeito de algo.

Como o processo da comunicação funciona como sistema aberto, é comum ocorrer certa quantidade de ruído. Ruído significa uma perturbação indesejável que tende a deturpar, distorcer ou alterar, de maneira imprevisível, a mensagem transmitida. Geralmente, dá-se o nome de ruído a alguma perturbação interna do sistema, enquanto se dá o nome de interferência a alguma perturbação externa vinda do ambiente.

 Barreiras à comunicação

Além disso, o processo de comunicação humana está sujeito a chuvas e tempestades. É que existem barreiras que servem como obstáculos ou resistências à comunicação entre as pessoas. São variáveis que intervêm no processo de comunicação e que o afectam profundamente, fazendo com que a mensagem tal como é enviada se torne diferente da mensagem tal como é recebida.
Na realidade, ocorrem três tipos de barreiras à comunicação humana: as barreiras pessoais, as barreiras físicas e as barreiras semânticas.

1. Barreiras pessoais: são interferências que decorrem das limitações, emoções e valores humanos de cada pessoa. As barreiras mais comuns em situações de trabalho são os hábitos deficientes de ouvir, as emoções, as motivações, os sentimentos pessoais. As barreiras pessoais podem limitar ou distorcer as comunicações com outras pessoas.

2. Barreiras físicas: são as interferências que ocorrem no ambiente em que acontece o processo de comunicação. Um trabalho que possa distrair, uma porta que se abre no decorrer da aula, a distância física entre as pessoas, canal saturado, paredes que se antepõem entre a fonte e o destino, ruídos estáticos na comunicação por telefone, etc.

3. Barreiras semânticas: são as limitações ou distorções decorrentes dos símbolos através dos quais a comunicação é feita. As palavras ou outras formas de comunicação - como gestos, sinais, símbolos, etc.-, podem ter diferentes sentidos para as pessoas envolvidas no processo e podem distorcer seu significado. As diferenças de linguagem constituem barreiras semânticas entre as pessoas.

Além da influência das barreiras, a comunicação pode ainda sofrer de três males, a saber: a omissão, a distorção e a sobrecarga.

4. Omissão: ocorre quando certos aspectos ou partes importantes da comunicação são omitidos, cancelados ou cortados por alguma razão, seja pela fonte, seja pelo destinatário, fazendo com que a comunicação não seja completa ou com que seu significado perca substância.

5. Distorção: ocorre quando a mensagem sofre alteração, deturpação, modificação, afectando e modificando o seu conteúdo e significado original.

6. Sobrecarga: ocorre quando o volume ou quantidade de comunicação é muito grande e ultrapassa a capacidade pessoal do destinatário de processar as informações, perdendo grande parte delas ou distorcendo seu conteúdo. Muitas vezes, a sobrecarga produz um colapso que paralisa o sistema.

A comunicação constitui a primeira área a ser focalizada quando se estuda as interacções humanas e os métodos para mudança ou influenciação do comportamento humano. Trata-se de uma área em que cada pessoa pode fazer grandes progressos na melhoria de sua própria eficácia e em seu relacionamento interpessoal ou com o mundo externo. É também o ponto de maiores desentendimentos e conflitos entre duas ou mais pessoas, entre membros de um grupo, entre grupos e dentro da organização como um sistema.

PROVISÃO DE RECURSOS HUMANOS


PROVISÃO DE RECURSOS HUMANOS


Os processos de provisão estão relacionados com o suprimento de pessoas para a organização. São os processos responsáveis pelos insumos humanos e envolvem todas as actividades relacionadas com pesquisa de mercado, recrutamento e selecção de pessoas, bem como sua integração as tarefas organizacionais. Os processos de aprovisionamento representam a porta de entrada das pessoas no sistema organizacional. Trata se de abastecer a organização dos talentos humanos necessários ao seu funcionamento.

Mercado de trabalho 
O conceito de mercado apresenta três aspectos importantes, como:
a) uma dimensão de espaço – todo o mercado é caracterizado por uma área física, geográfica ou territorial.
b) uma dimensão de tempo: todo o mercado depende de uma época e em épocas diferentes, um mesmo mercado pode apresentar características diferentes. O tempo é um importante elemento do mercado.
C) Uma dimensão de oferta e de procura: todo o mercado se caracteriza pela oferta e disponibilidade de algo e, simultaneamente pela procura e demanda de algo.

Em termos de provisão de RHs, existem dois tipos de mercados bem distintos, porém, estritamente entrelaçados e inter-relacionados: o mercado de trabalho e o mercado de recursos humanos.
Mercado de trabalho ou mercado de emprego - é constituído pela oferta de trabalho ou de emprego oferecidas pelas organizações, em determinado lugar e em determinada época. O conjunto de empregos representa o mercado de trabalho e segmentado por sector de actividade. Quanto maior o número de organizações em determinada região, maior é o mercado de trabalho e seu potencial de disponibilidades de vagas e oportunidades de emprego.

Mercado de recursos humanos
É constituído pelo conjunto de pessoas aptas ao emprego, em determinado lugar e em determinada época. É definido pela parcela da população que tem condições de trabalhar, isto é, aptas ao trabalho. Assim, o mercado de Recursos Humanos é constituído basicamente de candidatos reais e potenciais em relação a determinadas oportunidades de emprego.
Há um contínuo intercâmbio entre o mercado de RHs e o mercado de trabalho. Ambos interagem reciprocamente e estão sob continua e mutua influência.

Recrutamento de pessoas   
Pessoas e organizações convivem em um interminável processo dialéctico. Ambas estão engajadas em um contínuo e interactivo processo de atrair uns aos outros.
Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa a atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É  basicamente um sistema de informação, através do qual a organização divulga, convida e oferece ao mercado de RHs oportunidade de emprego que pretende preencher. Por tanto, é uma actividade que tem por objectivo imediato atrair candidatos, dentre os quais serão seleccionados os futuros participantes da organização.
O recrutamento é feito a partir das necessidades presentes e futura da organização; para tal é constituído por uma sequência de três fases: O que a organização precisa em termos de pessoas; o que o mercado de RHs pode oferecer e quais as técnicas de recrutamento a aplicar.

O Processo de Recrutamento

O recrutamento envolve um processo que varia conforme a organização. O início do processo de recrutamento depende da decisão directoria. Em outras palavras, o órgão de recrutamento não tem autoridade de efectuar qualquer actividade de recrutamento sem devida tomada de decisão por parte do órgão que possui a vaga a ser preenchida. A decisão é comunicada formalmente, segundo as normas vigentes em cada organização. Quando o sector de recrutamento recebe a comucicação/instrução, verifica se existe um candidato adequado disponível dentro da organização, caso não exista, recrutá-lo fora através das técnicas mais indicadas para o caso.
O mercado de RHs apresenta fontes diversificadas que devem ser diagnosticadas e localizadas pela organização que passa a influenciá-las, através de uma multiplicidade de técnicas de recrutamento, visando atrair candidatos para atender as suas necessidades.

Recrutamento Interno
O recrutamento é interno quando, havendo determinada vaga, a organização procura preenchê-la através do movimento do seu pessoal, que podem ser promovidos (movimento vertical) ou transferidos (movimento horizontal) ou ainda transferido com promoção (movimento diagonal). Assim, o recrutamento interno pode envolver: Transferência de pessoal; promoção de pessoal; transferência com promoção de pessoal e planos de carreiras de pessoal.
O recrutamento interno exige uma coordenação entre o sector de recrutamento e os demais órgãos da organização, pois, envolve vários sistemas tais como, banco de dados, resultados das avaliações de desempenho, resultados de programa formações e estagio, exames das análises e descrições de cargos, exames dos planos de carreiras, verificação das condições de promoção e substituição.

Vantagens do Recrutamento Interno - é mais económico, pois evita despesas com anúncios e outros custos(atendimento aos candidatos); É mais rápido; maior índice de validade e de segurança, pois o candidato já é conhecido; é uma fonte poderosa de motivação para o pessoal; aproveita os investimentos da empresa em treinamento do pessoal; desenvolve um espírito de competição entre o pessoal.
Desvantagens de Recrutamento Interno – exige que os empregados tenham um potencial de desenvolvimento para serem promovidos e se a organização não oferecer oportunidades de crescimento no momento adequado, corre o risco de frustrar os empregados em suas ambições, trazendo consequência de apatia, desinteresse… Pode gerar conflito de interesses com os chefes que não são promovidos e passam a “sufocar” o desempenho e aspirações do subordinados que no futuro poderão ultrapassá-los.

Recrutamento Externo 
O recrutamento externo funciona com candidatos vindo de fora atraídos pelas técnicas de recrutamento. O recrutamento externo incide sobre candidatos reais ou potenciais, disponíveis ou aplicados em outras organizações e pode envolver uma ou mais técnicas de recrutamento, tais como: anuncio nos órgãos de comunicação social; apresentação de candidatos por parte de funcionários da organização; contactos com sindicatos e associações; consulta aos arquivos de candidatos …. As técnicas de recrutamento citadas, são métodos através dos quais a organização divulga a existência de uma oportunidade de emprego.
No recrutamento externo há dois tipos de abordagem das fontes de recrutamento: a abordagem directa e a abordagem indirecta. Os factores custo e tempo são importantes na escolha de técnicas de recrutamento.

Vantagem do recrutamento externo – traz sangue novo e experiências novas na organização; renova e enriquece os recursos humanos da organização; aproveita o investimento em formação efectuado por outras organizações ou pelos próprios candidatos, isto é, usufrui de imediato o retorno dos investimentos efectuados por outros.
Desvantagem de recrutamento externo – é geralmente mais demorado e o factor tempo e urgência poderá influenciar negativamente; tem custos primários e secundários para além de outros encargos e exige despesas imediatas; é menos seguro do que o recrutamento interno, pois os candidatos são desconhecidos, o que leva as organizações a um período probatório e experimental; pode frustrar o pessoal dentro da organização, por vedar a possibilidade de progressão e ascender a outros níveis; geralmente afecta a politica salarial da organização influenciando as faixas de salariais internas.

Recrutamento Misto
Na prática muitas organizações aplicam o recrutamento interno e externo. Ambos se complementam e se completam. Quando se faz o recrutamento interno, surge sempre uma posição a ser preenchida com o recrutamento externo. Quando se faz o recrutamento externo surge um desafio ou oportunidade e algum horizonte devem ser oferecido ao antigo e novo pessoal.

Selecção de pessoal
O recrutamento e a selecção de RHs devem ser tomados como duas fases de um mesmo processo. Selecção, é uma actividade de escolha, de opção e decisão, de filtragem da entrada, de classificação e, portanto, restritiva. A selecção busca entre os candidatos recrutados aqueles mais adequados aos cargos existentes na organização, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal, bem como a eficácia da organização. Assim sendo, a selecção visa solucionar dois problemas básicos:
a) adequação do homem ao cargo e
b) eficiência e eficácia do homem no cargo.

Tendo em conta a variabilidade humana, o processo selectivo deve fornecer não somente um diagnóstico, mas principalmente um prognóstico a respeito das características físicas e psicológicas, pois contribuem para o maior ou menor desempenho das pessoas nas organizações. Isto, não só permite ter uma ideia actual, mas também uma projecção de como a aprendizagem e a execução se situarão no futuro. O ponto de partida de todo o processo selectivo, fundamenta-se em dados e informações da análise e especificações da vaga a ser preenchida.

Selecção como um processo de comparação – a selecção é um processo de comparação entre especificações da vaga/cargo e as características do candidato, isto é, o que o cargo requer e o que o candidato oferece. Portanto, é análise e descrição da vaga/cargo para saber quais os requisitos que o cargo exige do seu ocupante e  as técnicas de selecção para saber quais as condições pessoais para ocupar a vaga/cargo desejado. No fundo a comparação corresponde a um esquema de controle de qualidade dentro de certos níveis de tolerância.
Selecção como um processo de decisão – tendo em conta que os candidatos podem ter condições aproximadamente equivalentes, a decisão final de aceitar ou rejeitar os candidatos é sempre dos órgãos decisórios. Como processo de decisão, a selecção de pessoal comporta três modelos de comportamento:

a)      modelo de colocação -  há um só candidato e há uma só vaga;
b)      modelo de selecção – existem vários candidatos e apenas uma só vaga; ocorrem duas alternativas: aprovação ou rejeição e
c)      modelo de classificação – existem vários candidatos para cada vaga e várias vagas para cada candidato; ocorrem duas alternativas: aprovação ou rejeição.

Técnicas de selecção
As técnicas de selecção podem ser classificadas em cinco grupos:
1- entrevistas de selecção(dirigidas ou não dirigidas);
2- Provas de conhecimentos ou capacidade(gerais/cultura geral ou específicos de cultura profissional/conhecimentos técnicos);
3- testes psicometricos(de aptidões gerais/específicas);
4 – testes de personalidade(motivação/frustração/interesse);
5 – técnicas de simulação(psicodrama/dramatização).

As Organizações como Sistemas Sociais


As Organizações como Sistemas Sociais
A sociedade moderna e industrializada se caracteriza por ser uma sociedade composta por organizações. O homem moderno passa maior parte do seu tempo em organizações, das quais depende para nascer, viver, aprender, trabalhar, vestir, divertir, etc. Assim, as organizações são unidades sociais, intencionalmente construídas e reconstruídas a fim de atingir objectivos específicos. Uma organização nunca constitui uma unidade pronta e acabada, mas um organismo social vivo e sujeito a mudanças.

Sistema pode ser considerado como um conjunto de elementos dinamicamente relacionados, que desenvolve uma actividade, para atingir um objectivo ou propósito, operando sobre dados/energia/matéria, num ambiente dado.

A Racionalidade das Organizações
Racionalidade implica adequação dos meios utilizados aos objectivos e fins que se deseja alcançar. No contexto da teoria da burocracia, significa eficiência: uma organização é racional, se os meios mais eficientes são escolhidos para alcançar os objectivos desejados. O facto de uma organização ser racional não implica, necessariamente que todos os seus participantes ajam racionalmente. Pelo contrario: quanto mais racional e burocrática se torna a organização, tanto mais os seus participantes individuais se tornam simples engrenagem de uma máquina, ignorando o propósito e significado do seu comportamento. A racionalidade é atingida pela elaboração de regras e regulamentos que servem para dirigir todo o comportamento dos participantes de encontro à eficiência. Esta concepção, também é defendida por Charles Taylor, na sua obra sobre Administração científica. A racionalidade é um imperativo de todas as actividades administrativas de uma organização e é o que leva a uma infinidade de comportamentos diferentes para alcançar os seus objectivos.
Toda a organização se comporta de acordo com uma racionalidade que lhe é própria. A racionalidade está ligada aos meios métodos e processos que a organização acredita serem capazes de proporcionar o alcance de determinados fins ou resultados.
Existe a racionalidade económica, racionalidade legal, racionalidade social (se fundamenta na congruência com os valores e normas sociais), racionalidade politica, racionalidade técnica. Muitas das vezes, o atendimento de um destes aspectos pode prejudicar a satisfação dos demais.

A eficácia é uma medida normativa do alcance de resultados, tem ênfase nos resultados e agregar valores; fazer coisas correctas. Ex: a prática de valores religiosos e ganhar o céu. Ganhar o campeonato nacional.

Contudo, nem sempre a eficiência anda de mãos dadas com a eficácia. Uma organização pode ser eficiente em suas operações e não ser eficaz, ou vice-versa

As Organizações e o Ambiente
As organizações não são absolutas, não estão sozinhas no mundo, nem existe no vácuo. As organizações operam em um ambiente que as envolve e rodeia.
Ambiente é o contexto dentro do qual existe uma organização ou um sistema. O ambiente é vasto, genérico, amplo, abrangente, difuso, e imprevisível. Por isso existe macroambiente e microambiente.

Macroambiente- é constituído por factores económicos, tecnológicos, sociais, políticos, legais, culturais, demográficos, etc, que ocorrem no mundo todo e na sociedade em geral. O cenário ambiental influência poderosamente todas as organizações, afectando algumas com maior ou menor impacto. Muitas vezes, os factores que afectam o ambiente geral escapam ao controle, previsão e até compreensão das organizações.

Microambiente - é o ambiente mais próximo e imediato da organização. É específico de cada organização. É ambiente de tarefa. O ambiente de tarefa oferece recursos, meios, oportunidades, etc. O emprego impõe demandas, condições, coações, restrições, desafios, contingências e ameaças a organização.
Características do ambiente - crescente complexidade, permanente mudança e incerteza.
O ambiente determina as características organizacionais.

Reciprocidade entre Indivíduos e organização
A interacção psicológica entre trabalhador e organização é basicamente um processo de reciprocidade: a organização realiza certas coisas para e pelo participante, remunera-o, dá lhe segurança e status reciprocamente; o participante responde trabalhando e desempenhando suas tarefas. A organização espera que o trabalhador obedeça a sua autoridade, e por seu turno, o trabalhador espera que a organização se comporte correctamente com ele e opere com justiça. A organização reforça sua expectativa por meio de uso da autoridade e do poder de que dispõem, enquanto reforça a sua expectativa, por meio de certas tentativas de influir na organização ou de limitar sua participação.
Ambas partes da interacção estão orientadas  por directrizes que definem o que é correcto e equitativo e o que não é. Alguns sociólogos referem-se a uma norma de reciprocidade, enquanto alguns chamam a isto contrato psicológico.
Todo o contrato apresenta dois aspectos fundamentais:
1-      o contrato formal e escrito é um acordo assinado com relação a cargo a ser ocupado, ao conteúdo do trabalho, ao horário, ao salário, etc; e
2-      o contrato Psicológico é uma expectativa que a organização e o individuo esperam realizar e ganhar com o novo relacionamento.

O contrato psicológico é um elemento importante em qualquer relação de trabalho e que influencia o comportamento das partes. Um contrato é uma espécie de acordo ou expectativa que as pessoas mantém consigo mesmas e com os outros. Cada pessoa, no fundo, representa seus próprios contratos que regem tanto as relações interpessoais, como o relacionamento que esta mantém consigo mesma (relações interpessoais).

É importante tanto para a organização, como para o indivíduo que ambos explorem os dois aspectos do contrato e não apenas o formal. O contrato torna-se um meio utilizado para criação e troca de valores entre as pessoas. Cada um (pessoa e organização) avalia o que está oferecendo e o que está recebendo em troca.
Numa organização não se limita apenas a recursos materiais, pois abrange ideias, sentimentos, habilidades e valores. Quando desaparece ou diminui a reciprocidade, ocorre uma modificação dentro do sistema.

AS DIFERENTES ERAS DA ORGANIZAÇÃO


AS DIFERENTES ERAS DA ORGANIZAÇÃO
As organizações estão passando por mudanças e transformações a cada dia que passa. Seja introduzindo novas e diferentes tecnologias, seja modificando seus produtos ou serviços, seja alterando o comportamento das pessoas, seja mudando seus processos internos. As organizações estão apresentando diferentes características em sua estrutura e em seus processos. Essas alterações provocam impacto na sociedade e na vida das pessoas.
No decorrer do Séc.XX, as organizações passaram por três fases distintas:
1-       Era da industrialização clássica (1900-1950)- caracterizou-se por intensificação do fenómeno industrialização, estrutura organizacional típica e de formato piramidal e centralizador, departamentalização funcional, modelo burocrático, centralização das decisões no topo, estabelecimento de regras e regulamentos internos para disciplinar e padronizar o comportamento dos participantes. As pessoas eram consideradas recursos de produção, como máquinas equipamentos e capital. A administração de pessoas era denominada Relações industriais.
2-       Era da Industrialização Neoclássica (1950-1990)- teve o seu inicio no final da 2ª Guerra Mundial. As mudanças passaram a ser mais rápidas, mais intensas e pouco previsíveis. O velho modelo organizacional tornou-se inflexível e vagaroso para acompanhar as mudanças. As organizações tentaram novos modelos estruturais. A cultura organizacional passou a privilegiar o presente.  Surgiu uma nova visão que é de Administração de Recursos Humanos. As pessoas passam a ser consideradas como recursos vivos. As mudanças são rápidas e velozes.
3-       Era da Informação (1990-)- é a época que estamos vivendo actualmente. Sua característica principal são as mudanças, que tornaram-se mais rápidas imprevistas e inesperadas. A tecnologia trouxe desdobramentos completamente imprevistos e transformou o mundo em uma aldeia globalizada. A informação passou a cruzar o planeta em milésimo de segundos. A competitividade entre organizações tornou-se mais intensa. A estrutura organizacional torna-se provisória e não definitiva, os cargos e funções passaram a ser constantemente definidos e redefinidos em razão da mudança do ambiente e da tecnologia. Os produtos e serviços passaram a ser ajustados às necessidades da demanda e do cliente, agora dotado a hábitos mutáveis e exigentes. As organizações estão mais voltadas para missões específicas e objectivos definidos. A organização do futuro vai funcionar sem limites de tempo, espaço e distância. O recurso mais importante é o conhecimento. O emprego passou a migrar intensamente do sector industrial para o sector de serviços. As pessoas e seus conhecimentos e habilidades mentais passaram a ser a principal base da nova organização. A Administração de Recursos Humanos cedeu lugar a uma nova abordagem que é Gestão de Recursos Humanos.

Comportamento humano nas organizações


Comportamento humano nas organizações
O comportamento das pessoas apresenta algumas características:
1- o  homem é pró-activo. O comportamento das pessoas é orientado para a satisfação de suas necessidades pessoais e para o alcance de seus objectivos e aspirações.
2- o homem é social. A participação em organizações é muito importante na vida de pessoas porque os conduz ao desenvolvimento com outras pessoas ou em grupos.
3- o homem tem diferentes necessidades.
4- o homem percebe e avalia.
5- o homem pensa e escolhe
6- o homem tem limitada capacidade de resposta.

Comportamento da pessoa dentro da organização – existem dois factores intervenientes que influenciam o comportamento humano dentro da organização, sendo:
1-      Factores Internos- personalidade, aprendizagem, motivação, percepção, valores,...
2-      Factores Externos- ambiente organizacional, regras e regulamento, cultura organizacional, politicas, métodos e processos, recompensas e punições, grau de confiança.
Dentro dos factores internos que influenciam o comportamento das pessoas nas organizações, abordaremos a MOTIVAÇÃO.

Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou pelo menos que dá origem a uma propensão a um comportamento especifico.

Motivação está relacionada com o sistema de cognição do indivíduo. Os actos humanos são guiados por sua cognição- pelo que ele pensa, acredita e prevê. Mas ao perguntar-se o motivo porque ele age daquela forma, está se entrando na questão da motivação. A Motivação funciona em termos de forças activas e impulsionadoras, traduzidas por palavras funciona como “desejo” e “receio”; o indivíduo deseja poder, deseja ststus, receia ostracismo social, receia as ameaças à sua auto-estima. Além disso, a motivação aberta a determinada meta, para cujo alcance o ser humano gasta energias.

Existem três premissas que explicam o comportamento humano:
1-      O comportamento é causado, ou seja existe uma casualidade do comportamento.
2-      O comportamento é motivado, ou seja, há uma finalidade em todo o comportamento humano.
3-      O comportamento é orientado para objectivos

Teorias sobre o comportamento humano – existem várias teorias, mas para o caso vertente, abordaremos somente duas.
1- Teoria de Campo de Lewin, afirma que o comportamento humano depende de 2 factores nomeadamente:
a)      O comportamento humano é derivado da totalidade dos factos e eventos coexistentes em determinada situação.
b)      Esses factos e eventos apresentam a característica de um campo dinâmico de forças. Esse campo dinâmico produz o chamado campo psicológico de cada pessoa.

2- Teoria da dissonância cognitiva de Festinger, baseia-se na premissa de que toda a pessoa se esforça para estabelecer um estado de consonância ou consistência (coerência) com ela mesma.

Uma organização somente existe quando:
  1. há pessoas capazes de se comunicarem e que
  2. estão dispostas a contribuir com acção conjunta,
  3. a fim de alcançarem um objectivo comum.

A disposição de contribuir com acção significa, sobretudo, disposição para sacrificar o controle da própria conduta em benefício da coordenação. Essa disposição de participar  e de contribuir para a organização varia e flutua de individuo para individuo e mesmo no próprio individuo, com o passar do tempo. Os sistemas de recompensas aplicado pelas organizações, para incrementar as contribuições, influenciam no tipo  de participação e contribuição individual na organização.

Organização – é um sistema de actividades conscientemente coordenadas por duas ou mais pessoas.

A produção de bens e serviços não pode ser desenvolvida por pessoas que trabalham sozinhas. As organizações criam um tremendo e duradouro impacto sobre a vida das pessoas, assim como na qualidade da vida dos indivíduos.
Ao se constituir, as organizações tem certos objectivos, podendo ser lucrativos, económicos, educacionais, políticos, sociais, religiosos, filantrópicos, etc.
A medida que as organizações crescem e se multiplicam, maior se torna a complexidade dos recursos necessários à sua sobrevivência e ao seu crescimento.
As organizações são constituídas por pessoas e dependem delas para atingir os seus objectivos e cumprir suas missões.
Para as pessoas, as organizações constituem um meio pelo qual elas podem alcançar vários objectivos pessoais, com um mínimo custo de tempo, de esforço e de conflito. Elas permitem satisfazer diferentes tipos de necessidades dos indivíduos: emocionais, espirituais, intelectuais, económicos, etc. As organizações surgem exactamente para aproveitar as sinergias dos esforços de vários indivíduos que trabalham em conjunto.
Com o advento do III milénio, com a globalização da economia e o mundo fortemente competitivo, a tendência que se nota nas organizações é de não mais administrar RHs, nem mais administrar pessoas, mas sim administrar com as pessoas. Tratando-as como agentes activos e proactivos, pois trata-se de pessoas dotadas de inteligência, criatividade e habilidades mentais e não apenas de habilidades e capacidades manuais, físicas ou artesanais.
Neste novo conceito ressaltam três aspectos fundamentais que as organizações devem ter em conta:
1-      as pessoas como seres humanos
2-      as pessoas não como meros recursos(humanos) organizacionais
3-      as pessoas como parceiros da organização.

A INTERAÇÃO ENTRE PESSOAS E ORGANIZAÇÕES


A INTERAÇÃO  ENTRE  PESSOAS  E  ORGANIZAÇÕES

Conceitos:
Pessoaé um ser dotado de personalidade e individualidade próprias, com aspirações, valores, atitudes, motivações e objectivos.

Organização – é um sistema de actividades conscientemente coordenadas por duas ou mais pessoas.
As organizações dependem de pessoas para proporcionar-lhes o necessário planeamento e organização, para dirigi-las e controlá-las e para fazê-las operar e funcionar. Não há organização sem pessoas.
Variabilidade Humana- O homem é um animal social com uma irreprimível tendência à vida em sociedade. Vive em organizações e em ambientes cada vez mais complexos e dinâmicos. Assim, organizações são pessoas, organizações são grupos.
A variabilidade humana é enorme, cada pessoa é um fenómeno multidimensional, sujeito às influências de uma enormidade de variáveis. O raio de diferenças em aptidões é grande e os padrões de comportamentos apreendidos são diversos. As organizações não dispõem de dados ou meios para compreender os seus funcionários em sua total complexidade.

A necessidade é uma força dinâmica e persistente que provoca comportamento. Toda a vez que surge uma necessidade, esta rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando um estado de tensão, insatisfação, desconforto e desequilíbrio. Esse estado leva o indivíduo a um comportamento ou acção, capaz de descarregar a tensão ou de livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio.