TIPOS E METODOS DE PESQUISA
Relatório
É a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante
pesquisas ou se historia a execução de serviços ou de experiências. É
geralmente acompanhado de documentos demonstrativos, tais como tabelas,
gráficos, estatísticas e outros.
Tipos de relatório
Depois de concluída a pesquisa, deve ser feito um relatório (um relato)
para entregar a quem se destina ou para tornar pública a pesquisa. Se o
relatório diz respeito ao desenvolvimento de uma pesquisa técnica, será um
relatório técnico; se diz respeito aos resultados de uma pesquisa científica,
será um relatório científico. Assim, a depender da natureza do trabalho, tomará
diferentes nomes, como:
·
Monografia - (este termo tem
dois sentidos: quando se trata de trabalho escrito para curso de especialização
lato sensu ou quando se trata de um
trabalho teórico que versa sobre um assunto único);
·
Dissertação - é o trabalho
apresentado para exame de proficiência nos cursos de mestrado;
·
Tese - é o trabalho
apresentado para exame de proficiência nos cursos de doutorado;
·
Artigo - (científico), é
um trabalho apropriado para ser apresentado em revista científica, geralmente
com número reduzido de páginas. Tem o objetivo de divulgar resultados parciais
ou totais de trabalhos científicos ou contestar outros artigos;
·
Comunicação
científica – tem as mesmas características do artigo e se presta a ser
apresentado em congressos e simpósios e registrados nos anais e revistas
daqueles eventos;
·
Ensaio - é um tipo de
trabalho científico que pode ser apresentado de forma mais leve, sem a rigidez
das normas técnicas da ABNT e no qual o autor pode tecer considerações e emitir
opiniões que não precisam necessariamente serem comprovadas. Mas tem caráter
científico e geralmente se respalda em um grande conhecimento sobre o assunto
escrito;
·
Resenha - é um tipo de
texto cujo objetivo é emitir um parecer analítico e/ou crítico sobre uma obra
literária recentemente publicada. A ABNT apresenta vários tipos de resenhas.
·
Relatório - propriamente
dito. No caso de resultar de uma pesquisa técnica.
Características do relatório científico
Ao
contrário da literatura de ficção (romances, contos e poesias), carregada de
significados e de segundas intenções, o relatorio científico deve ser claro,
conciso, objetivo, elucidativo. Não se deve usar gírias, adjetivos, ou
superlativos. A gramática deve ser formal e correta. A apresentação estética
deve ser impecável.
Estrutura
do texto científico
Com os resultados
obtidos em campo, o pesquisador deve estruturar a apresentação do seu trabalho
em partes, conforme normas técnicas existentes. Geralmente o corpo do trabalho
se divide em três partes, básicas e indispensáveis, que são chamados de elementos
textuais:
·
Introdução – Na Introdução,
o autor, dentro dessa ordem vai falar sobre o tema, sobre cada capítulo
contido no desenvolvimento, sobre a metodologia e as técnicas
usadas, sobre a articulação das teorias com o objeto e, finalmente, em
um parágrafo, sobre as conclusões alcançadas (não é o mesmo que concluir, mas,
sim falar sobre).
A Introdução de
um trabalho já realizado, fala sobre como foi realizado aquele trabalho (e não
sobre as aspirações pessoais do autor) e difere da Introdução elaborada
para o Projeto, pois a Introdução ao projeto fala sobre um trabalho que ainda
se pretende realizar. Porisso é preciso
cuidado com os tempos verbais. (Em um trabalho de cem páginas a introdução deve
conter, no máximo, umas 5 páginas, mas a regra não é rígida).
N.B. A introdução
é um texto do autor do projecto, por isso
deve-se evitar citar outros autores.
·
Desenvolvimento – O
desenvolvimento do trabalho vai depender do tamanho (número de páginas) e das
variáveis abordadas. Caso seja um trabalho muito extenso, pode ser dividido em
partes e capítulos que podem ser intitulados como : capítulo 1, 2 3 etc.,
títulos que se refiram ao assunto de cada capítulo ou a clássica fórmula de: Introdução,
Desenvolvimento (materiais e métodos) Resultados e Conclusão. O desenvolvimento dos capítulos deve
seguir uma certa ordem que seja clara e coerente ao autor. Cada assunto deve
ser encadeado cronologicamente. Cada capítulo deve ser finalizado com
conclusões parciais, que vão ser retomadas nas conclusões finais.
·
Conclusão – a conclusão,
como o próprio nome está dizendo, vai tecer considerações sobre a pesquisa, as
análises realizadas, seus resultados parciais, e as articulações do objeto com
as teorias. Finalmente, vai concluir se aquela pesquisa respondeu ao problema
formulado no projeto e se confirmou, ou não, a hipótese (caso o pesquisador
tenha trabalhado com hipótese). Como na Introdução, também na conclusão não é
usual que se coloque citações de outros autores, pois se corre o risco de
parecer que as conclusões são de outro. O texto conclusivo deve ser
exclusivamente do autor da pesquisa. (o número de páginas da Conclusão deve
ser, mais ou menos, o mesmo da Introdução, mas não é obrigado).
Além dessas partes, a depender do destino do
texto, deve-se acrescentar ao relatório:
·
Elementos
pré-textuais – São os elementos que vêm antes do texto. Alguns são
obrigatórios, outros são optativos:
-
Sumário (obrigatório)
-
agradecimentos
-
epígrafe
-
prefácio
-
lista de siglas
-
lista de tabelas
-
lista de ilustrações
·
Elementos
pós-textuais - São os elementos que vêm depois do texto. Também alguns
são obrigatórios, e outros optativos
-
bibliografia - todos os livros que foram utilizados
-
referências bibliográficas - todos os livros que foram
citados (obrigatório)
-
índice remissivo
-
notas (podem vir ao final do livro ou na margem inferior do
texto)
-
anexos
TIPOS DE PESQUISA
·
Pesquisa quantitativa
A pesquisa quantitativa é um estudo
estatístico que se destina a descrever as características de uma
determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a
respeito de um problema de pesquisa.
Ø
Quantificação da realidade;
Ø
Uso de técnicas estatísticas para análise;
Ø
Maior precisão nos resultados;
Ø
Menor distorção da análise e interpretação;
Ø
Maior margem de segurança;
Ø
Comum em estudos descritivos;
Ø
Bom para estudos de relação de causalidade entre as variáveis;
Ø
Alta generabilidade (amostras representativas da realidade).
O método quantitativo carece de fontes secundárias (criação, aplicação, tabulação e
análise de dados) coletados via questionário (fontes primárias)
Questionário é a técnica de investigação composta por um
número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas,
tendo por objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos,
interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc..”
Ø
Não pretende numerar ou medir unidades ou categorias
homogêneas;
Ø
Maior profundidade dos resultados;
Ø
Pode ser quantificado em graus de intensidade;
Ø
Alto nível de complexidade dos fenômenos;
Ø
Alto nível de complexidade dos fenômenos;
Ø
Entendimento das particularidades do comportamento dos
indivíduos;
Ø
Baixa generabilidade;
Ø
Estudos de caso ;
O método qualitativo baseia-se na realização de observação e entrevistas.
Entrevista é a técnica em que o investigador se apresenta
frente ao entrevistado e lhe formula perguntas, com o objectivo de obtenção de
dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de
interacção social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em
que uma das partes busca colectar dados e a outra se apresenta como fonte de
informação”.
·
Pesquisa Bibliográfica: desenvolve-se
tentando explicar um problema através de teorias publicadas em livros ou obras
do mesmo género. O objectivo deste tipo de pesquisa é de conhecer e analisar as
principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado assunto ou
problema, tornando-se um instrumento indispensável para qualquer pesquisa.
Pode-se usa-la para diversos fins como, por exemplo:
ü Ampliar o grau de conhecimento em uma determinada área;
ü Dominar o conhecimento disponível e utiliza-lo como
instrumento auxiliar para a construção e fundamentação das hipóteses.
Descrever ou organizar o estado da arte, daquele momento,
pertinente a um determinado assunto ou problema.
·
Pesquisa exploratória: é toda pesquisa que busca constatar algo num organismo ou
num fenómeno;
Exemplo: saber como
os peixes respiram.
·
Pesquisa social: é toda pesquisa que busca respostas de um grupo social;
Exemplo: saber
quais são os hábitos alimentares de uma comunidade especifica.
·
Pesquisa Histórica: é toda pesquisa que estuda o passado.
Exemplo: saber
de que forma se deu a proclamação da Republica de Moçambique.
·
Pesquisa teórica: é toda pesquisa que analisa uma determinada teoria;
Exemplo: saber o que é a neutralidade cientifica.
·
. Pesquisa Experimental: é toda pesquisa
que envolve algum tipo de experimento;
Exemplo: pinga-se
uma gota de ácido numa placa de metal para observar o resultado.
MÉTODOS DE ABORDAGEM
O é método indutivo caracteriza-se pelo processo
pelo qual, o pesquisador por meio de um levantamento particular, chega a
determinadas conclusões gerais, ou seja, parte-se do específico para o geral.
|
Indução é um processo mental por intermédio do qual,
partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma
verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o
objectivo dos argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo
do que o das premissas nas quais se basearam.
Exemplo:
O corvo 1 é
preto
O corvo 2 é preto
O corvo 3 é preto
O corvo "n" é preto
-----------------------
logo, (todo) corvo é preto
O corvo 2 é preto
O corvo 3 é preto
O corvo "n" é preto
-----------------------
logo, (todo) corvo é preto
Método dedutivo caracteriza-se, quando se parte de uma situação geral e
genérica para uma particular.
A dedução é o processo mental contrário à indução.
Através da indução, não produzimos conhecimentos novos, porém explicitamos
conhecimentos que antes estavam implícitos.
Exemplo:
Todo mamífero tem um coração.
Ora, todos os cães são mamíferos.
-------------------------------------------
Logo, todos os cães têm um coração.
Ora, todos os cães são mamíferos.
-------------------------------------------
Logo, todos os cães têm um coração.
A dialéctica fornece as bases para uma interpretação dinâmica e totalizante
da realidade. Os fatos não podem ser entendidos quando considerados
isoladamente. P.Ex. Para se entender os factos sociais deve-se considerar todas
as influências possíveis (políticas, económicas, culturais etc.) .
A dialéctica visualiza a realidade como processo, em constante
transformação. Os fenómenos não ocorrem isolados, independentes, mas em um todo
unido e coerente. Eles dependem uns dos outros, influenciam-se reciprocamente.
Sendo assim, para avaliar uma situação deve-se levar em conta as condições que
a determinam e, assim, a explicam. A dialéctica está ligada a historicidade da
realidade social. A alma da dialéctica é o conceito de antítese.
Características:
A realidade só se torna objeto na relação ativa
sujeito-objeto. Ou seja, a relação
sujeito-objeto é intermediada pela atividade.
O objeto concreto é diferente do objeto empírico (do
positivismo). O concreto é produto de
uma construção teórica, não é a coisa dada imediatamente aos sentidos.
O conhecimento consiste do reflexo subjetivo da
realidade objetiva, ou seja, consiste em refletir subjetivamente a realidade
objetiva (construção teórica, pelo processo de abstração).
Empregado em pesquisa qualitativa, não é dedutivo nem indutivo, preocupa-se
com a descrição directa da experiencia, como ela é constituída socialmente e
entendida da forma que é interpretada; a realidade não é única, existem tantas
quantas forem suas interpretações.
O método
fenomenológico define-se como uma volta às coisas mesmas, isto é, aos
fenómenos, aquilo que aparece à consciência, que se dá como objecto
intencional. O seu objectivo é chegar à intuição das essências, isto é, ao
conteúdo inteligível e ideal dos fenómenos, captado de forma imediata.
Toda
consciência é consciência de alguma coisa. Assim sendo, a consciência não é uma
substância, mas uma actividade constituída por actos (percepção, imaginação,
especulação, volição, paixão, etc), com os quais visa algo.
Características:
ü
princípio da intencionalidade: “toda
consciência é consciência de algo”. A intencionalidade é a principal característica
definidora da consciência.
ü
o objeto existe para o sujeito. Não
há objeto sem sujeito, nem sujeito sem objeto.
ü
É a consciência que dá (doa) sentido
às coisas. O conhecimento depende da vivência do sujeito.
ü
A fenomenologia busca a revelação da
essência. (Redução eidética = busca da essência. Em grego: eidos =
essência).
Hermenêutico:
Métodos hermenêuticos são regras técnicas que visam à obtenção de um
resultado. Com elas procuram-se orientações para os problemas de decidibilidade
dos conflitos.
Esse método interpreta (Interpretar é o acto de explicar o sentido de
alguma coisa; é revelar o significado de uma expressão verbal, artística ou
constituída por um objecto, atitude ou gesto). A interpretação consiste na
busca do verdadeiro sentido das coisas e para isto o espírito humano lança mão
de diversos recursos, analisa os elementos, utiliza-se de conhecimento da
lógica, psicologia e, muitas, de conceitos técnicos, a fim de penetrar no
amargo das coisas e identificar a mensagem contida.
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