Responsabilidade
social
Os primeiros estudos que se mantém de responsabilidade
social tiveram iniciam nos estados unidos de América na década 50 na Europa nos
anos 60 (Bicaalho, 2003). As primeiras manifestações sobre este tema surgiram
em 1906, porem essas não receberam apoio, pois foram consideradas de punho
socialista, foi somente em 1953, nos estados unidos que o tema recebeu atenção
e ganhou espaço. Na década de 70 começaram a surgir associações de
profissionais interessados em estudar o tema, e somente a partir dai
responsabilidade social deixou de ser uma simples curiosidade e se transformou
em um novo campo de estudo.
Responsabilidade social é um conceito segundo o qual, as
empresas decidem numa base voluntaria, contribuir para uma sociedade, mais
justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das
empresas não pode, e ou não deve, ser norteada apenas para o comprimento de
interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos outros detentores de
interesses como por exemplo: os trabalhadores, as comunidades locais, os
clientes, os fornecedores, as autoridades publicas, os concorrentes e a
sociedade em geral.
Responsabilidades
das instituições financeiras diante da sociedade
Comecemos por recordar que grande parte
dos recursos que uma instituição financeira maneja, tanto próprios como
alheios, provêem do público em geral, para o serviço deste mesmo público e suas
organizações e empresas.
Sendo a intermediação financeira uma
actividade com um grande impacto é altamente regulada, tanto em nível nacional
como internacional. Neste sentido, as principais responsabilidades cobertas por
legislação e regulação em muitos países abarcam temas directamente relacionados
com os clientes e provedores de recursos financeiros, tais como: lavagem de
dinheiro, corrupção, especulação, transparência em suas operações e os
princípios de boa governança corporativa (incluindo a remuneração excessiva,
conflito de interesses, directores independentes, operações com partes
relacionadas, auditorias internas e externas, controle de riscos, etc.). Isto é
a lei na grande maioria dos países.
E sem falar do caso dos países em vias de
desenvolvimento onde estas responsabilidades podem não estar legisladas, ou
reguladas ou ainda bem definidas, e – se estão – é muito provável que não
estejam supervisionadas, controladas e castigadas (como deixamos de menos em
português as três palavras que tão adequadas são para respaldar a
responsabilidade: “accountability”, “monitoring” e “enforcement”!).
Mas não é suficiente meramente cumprir com a legislação e regulação
vigente em suas operações, ainda que seja um grande progresso se o fizessem,
não somente no papel mas também no espírito. As instituições financeiras têm
recebido uma licença para operar, e não me refiro à concedida pela sociedade,
me refiro à concedida pelos governos. A elas tem sido dada a capacidade de
captar depósitos, vender instrumentos financeiros, escrever apólices de seguro
com o público em troca de que lhe prestem serviços (leia-se: prestar-lhes),
investir responsavelmente seu dinheiro, dar-lhes cobertura para seus riscos.
As três abordagens da
responsabilidade social
Ø Obrigação social: é quando uma empresa tem comportamento socialmente responsável,
procurando o lucro dentro das restrições legais impostas pela sociedade. um
gestor pode afirmar, segundo este ponto de vista, que cumpriu suas obrigações
para com a sociedade ao criar bens e serviços em troca de lucros, dentro dos
limites da lei. esta perspectiva está associada ao economista miltonfriedman e
seus seguidores (donnely, gibson e ivancevich, 2000, p.86) que afirmam que uma
empresa lucrativa beneficia a sociedade ao criar novos empregos, pagar salários
justos que melhoram a vida de seus funcionários e melhorar as condições de
trabalho de seus funcionários, além de contribuir para o bem-estar público
pagando seus impostos.
Ø Reacção social: é a abordagem que considera as empresas como reactivas. pressionadas
por certos grupos (associações comerciais, sindicatos, activistas sociais,
consumidores etc.), as empresas
reagem, voluntária ou
involuntariamente, para satisfazer
estas pressões. empresas que
adotam esta linha
procuram atender a
responsabilidades econômicas,
legais e éticas.
se as forças
externas exercerem pressão,
os gerentes concordam em reduzir
atividades eticamente questionáveis. ofator que leva muitas empresas a
adotarem esta posição
é o reconhecimento de
que estas dependem
da aceitação por parte da sociedade à qual pertencem, e que ignorar os
problemas sociais pode ser destrutivo a longo prazo.
Ø Sensibilidade social ou
pró-atividade social:
caracteriza-se por comportamentos socialmente responsáveis mais
antecipadores e preventivos
do que reativos
e reparadores. a expressão
sensibilidade social tornou-se
largamente utilizada para referir
atos que vão
para além da
mera obrigação social
e da reação
social. uma empresa socialmente
sensível procura formas de resolver problemas sociais, ou seja, corresponde a
uma empresa fortemente
empenhada numa abordagem
pró-ativa da
responsabilidade social. (donnely, gibson e ivancevich, 2000, p.89).
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